terça-feira, 3 de dezembro de 2013

DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Imagem 1: Ilustração em estilo infantil de uma criança deficiente visual e seu cão-guia, uma garotinha loira, e um rapaz cadeirante;
os dizeres, "3 de Dezembro: Dia das pessoas com deficiência -- 'O Sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças.' Augusto Cury".
(Fonte)
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em torno de 650 milhões da população mundial convivem com algum tipo de deficiência. Apenas no Brasil, estima-se que sejam 24 milhões. Entre países ricos e pobres, as dificuldades enfrentadas pelos deficientes no seu cotidiano são apenas suavizadas quando em situações mais favoráveis – a luta pelo reconhecimento de suas capacidades e direitos é universal e está longe de se ver finalizada.

Em 14 de outubro de 1992, a Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência por meio da Assembleia Geral da ONU, instituíram o dia 3 de dezembro como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência com o intuito de concentrar as atenções sobre as lutas, dificuldades e habilidades das pessoas com deficiência, gerando discussões sobre visibilidade, acessibilidade e engajamento com políticas públicas mais abrangentes.

O tema deste blog é saúde e meio ambiente amazônico e, provavelmente, o leitor deve estar a se indagar: “até entendo quanto à saúde, mas... o que pessoas com deficiência têm a ver com o meio ambiente?!”

Basicamente tudo a ver – pelo menos, tanto quanto as pessoas sem deficiência o tem.

É fácil compreender o conceito de meio ambiente quando se pensa na realidade física, composta por tudo que seja vivo e/ou não vivo. Porém, há aspectos mais abstratos que se entrelaçam, como a violência, o estresse, o nível educacional e o acesso a cidadania. Nenhuns desses exemplos são táteis, ou mesmo perceptíveis, no entanto decididamente repercutem na saúde humana.

O acesso à CIDADANIA, por exemplo, é um dos aspectos ambientais e sociais que mais influenciam a qualidade de vida. A pessoa com deficiência é, muito antes de qualquer consideração sobre sua limitação, um indivíduo pleno de direitos e deveres assim como a pessoa não deficiente. Negar-lhes o direito de ir e vir, sua autonomia e produtividade, é tão fácil quanto esquecer suas necessidades e permitir que o ciclo de injustiça social se perpetue. Relegá-los a inaptidão, ao sentimento de inferioridade e invisibilidade é gerar sofrimento e obstáculos que em nada contribuem para o seu crescimento como cidadão ativo da sociedade.

Uma forma de garantir aos cidadãos com deficiência sua inclusão de forma sadia na esfera econômica foi a ação afirmativa do governo federal em estabelecer cota de vagas de emprego para funcionários, assim estimulando empregadores a conscientizarem-se das capacidades e aptidões que os deficientes tem a oferecer. Da mesma forma, o sistema de cotas para vagas em cursos universitários tem o objetivo de equalizar as chances de empregabilidade e acesso a formação superior haja vista que o sistema educacional público está longe de apresentar o modelo ideal para suprir suas demandas. Pequenas mudanças funcionais como a impressão em Braille nos rótulos de remédios e teclas de caixas automáticos, a instalação de postes com sinalização audiovisual em vias muito movimentadas, a padronização de calçadas acessíveis e a permissão da entrada de cão guia em certos estabelecimentos garantem a pessoa com deficiência sua efetiva autonomia.

As ações exemplificadas acima são apenas algumas das que se conhecem influenciar tremendamente a autonomia da pessoa com deficiência. Ao lhe garantir meios de exercer sua cidadania, elimina-se a cultura da mendicância e cultiva-se a boa autoestima no lugar.

E assim, por meio do diálogo e do trabalho entre aqueles que são deficientes e os que não são, reequilibrando as relações de força e poder, é que a sociedade se tornará apta frente ao seu maior desafio – o da empatia.
Mais informações:
Lei de Cotas;
Podcast 'Papo Acessível';
A ONU a as pessoas com deficiência;
Aplicativos de celular para pessoas com deficiência;
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo;
Universidade Metodista de São Paulo – Comunicação acessível garante a participação de todos os cidadãos;
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

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